Por Luiz Terra
Segunda-Feira, 27 de Fevereiro de 2012 d.C. (ou não!)
Segunda-Feira chegou varrendo todo resíduo de folia da semana anterior, e aquele gosto de recomeço não pôde fugir dos meus paladares, parece REALMENTE que o ano começou hoje.
E como depois do carnaval o ano costuma começar
de novo, não seria estranho que o nosso segundo encontro com a Koudela
parecesse com o primeiro, pois, para muita gente, era mesmo por isso se fez
necessário retomar aquilo que foi feito na primeira aula: começar jogando com
as fichas negras da Viola Spolin. Segunda-Feira, 27 de Fevereiro de 2012 d.C. (ou não!)
Segunda-Feira chegou varrendo todo resíduo de folia da semana anterior, e aquele gosto de recomeço não pôde fugir dos meus paladares, parece REALMENTE que o ano começou hoje.
Deja-Vus e anedotas a parte, um jogo nunca é sempre igual, em algum momento ele pode tomar rumos diferentes da vez anterior, e é isso mesmo! Dessa vez a turma foi separada em duplas que necessariamente deveria conter um veterano e um calouro, cada veterano tinha o papel de recolher informações de seu parceiro para mais tarde apresentá-lo ao grupo.
Nesse jogo, eu tive a oportunidade de conversar com a Nayara Ferrarini Rigoni e não! Ela não é parente do Richard Ferrarini (que faz música no quinto período), mas o que posso dizer é que uma pessoa simples, simples como a gente não costuma encontrar por aí, e aparentemente ela guarda um caráter muito bom, tem muito afeto pela família, principalmente pela irmã (que se chama Laís, se eu não me engano) e parece muito apaixonada pela vida. “Conversem com ela porque ela é fofa”.
Feito as chamadas “entrevistas”, encontramos um obstáculo especial que comprometia toda a estrutura física do local que estava sendo utilizado – AS CADEIRAS. Como a ideia era fazer uma roda com aproximadamente 50 pessoas, foi preciso empilhar todas as cadeiras nos cantos da sala.
Depois desse arrastão de carteiras, ouviu-se o início de uma pequena discussão que estava surgindo acerca do espaço adequado para a disciplina, já que, aparentemente, o espaço que antes era reservado para a academia, agora, pertence ao curso de teatro e talvez fosse mais adequado para nossas atividades, porém foi sugerido que a gente ainda experimentasse o auditório que estava sendo utilizado.
Fomos solicitados a lançar um olhar sobre nosso espaço e relatar as características dele, como a sua estranha inclinação e seu curioso palco; a sala também conta com um espaço considerável, mas quase todo ocupado por carteiras, há ventiladores, que são essenciais nesses dias de calor extremo, e também foi apontada a presença de um computador, um projetor e um telão que pode nos ser bastante útil.
CONCLUSÃO: Vamos continuar no auditório C, mas para não perder tempo de aula as carteiras deverão ser empilhadas, antes das 8h!
Assim que todos encontraram FINALMENTE seus devidos lugares na roda, podíamos apresentar nossos colegas.
A meu ver, esse exercício é elementar, não só para o teatro, mas também para a formação de qualquer grupo, me parece que é uma estratégia muito inteligente para começar nossos trabalhos, pois acredito que só ganhamos uma consciência coletiva, depois nos voltamos para os indivíduos que constituem esse coletivo.
Além disso, tive um panorama bastante otimista sobre a turma: temos pessoas que vieram de Curitiba ou de Munich – Alemanha e talvez até de outro mundo, pessoas que colecionam anéis de latinha, pessoas que cantam, pessoas que tocam, pessoas que desenham, pessoas que dançam, pessoas que não comem chocolate, pessoas que bebem coca-cola, pessoas que bebem cachaça, pessoas que cantam, pessoas que se consideram estranhas, pessoas casadas, pessoas solteiras, pessoas com filhos, pessoas que ainda não tem filhos GRAÇAS A DEUS, pessoas que assistem TV, pessoas que odeiam a internet, pessoas que brincam, pessoas que tiram foto, pessoas que dão aula, pessoas que enchem a cara, pessoas que vão para igreja, pessoas que trabalham, pessoas que estudam, pessoas fortes e frágeis ao mesmo tempo, pessoas e acima de tudo: pessoas, e pessoas com muito potencial.
Após essa breve apresentação de todos, a aula seguiu com o intervalo...(RETICÊNCIAS)
Todos de volta ao auditório, e então inicia-se a segunda parte do nosso encontro e como não poderia deixar de ser: prosseguimos com mais uma ficha negra. Dessa vez, decidimos experimentar um espaço externo, e mais uma vez a turma foi divida entre veteranos e calouros, agora são os calouros que caminham em busca da neutralidade, e os veteranos passam a ser plateia.
Confesso que, como expectador, não notei nenhuma surpresa ou diferença em relação a primeira vez que praticamos – embora entenda perfeitamente o quanto foi necessário passarmos por esse jogo, pois é com base nele que somos provocados a responder as questões que a professora lançou na classe, questões que não me recordo exatamente quais eram, mas lembro que a partir dessas questões, pude refletir que a neutralidade diferencia de corpo para corpo, pois cada corpo tem uma história, uma vivência e toda informação altera o corpo que joga.
Ou seja, nós somos de alguma forma, contaminados pelo mundo que nos cerca, todas as coisas as coisas exercem uma influência sobre nós, por isso que quando fomos solicitados a andar neutro, apresentamos algum traço marcante, mesmo que não tivéssemos nenhuma intensão de apresenta-los, pois o corpo incorpora a história e cada individuo carrega a própria história.
Dessa forma, também constatei que a partir do momento que há uma plateia, um observador da ação, há leitura, não importa qual for ação, até o nada pode provocar muitas reflexões e leituras e me parece que essa consciência é o poder do artista.
Parcialmente encerrada a discussão, passamos pra leitura dos protocolos, conversamos um pouco sobre nossa apresentação final, e senti um pouco de decepção ao saber que o texto que iriamos trabalhar já estava escolhido, pois na minha ingenuidade, imaginei que o grupo iria se encarregar de fazer tudo, inclusive escolher temática e da criar o texto... Nada que me abale, só foi um susto, de qualquer modo tenho fé que será uma experiência bastante intensa para todos, e pelo pouco que me informei sobre Gargantua e Pantagruel, consegui me identificar e imaginar que pode ser uma bela fonte de criações, a Idade Média é um universo que me atrai e eu consigo enxergar muitos diálogos com o tempo de agora.
Por fim, fiquei encarregado de criar um blogue onde a turma pode compartilhar seus protocolos.
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