Protocolo 9+10/04/2012
- Tanja
Hoje nos recebimos o segundo texto do Rabelais:
Capitulo IX. De como Panúrgio Se Aconselhou Com Pantagruel, Para Saber Se
Deveria Casar-Se.
Dois amigos, que conversam sobre o casamento.
O Panúrgio quer casar-se.
O Panúrgio não quer casar-se.
Como???
O Panúrgio, que não pode decidir-se. Não pode? Não
quer, parece.
E Pantagruel? Ele escuta (Escutaiiii!), ele olha (Olha
só!), ele espera (Espera-i!), ele responde: Sim Panúrgio. Não Panúrgio.
Casar-se ou não casar-se, isso é a pergunta.
Me lembro duma frase do Bakhtin em “Introduҫão.
Apresentaҫão do Problema”. Ele diz: “Uma das tendências fundamentais da imagem
grotesca do corpo consiste em exibir dois corpos em um” (p.23). O Panúrgio tem
estes dois corpos, duas coraҫões no seu peito. A um lado ele sabe muitos
argumentos para casar-se (amor, companhia conjugal, filhos, confianҫa). Ao
outro lado ele replica com liberdade, evitar do aborresimento. De novo o
grotesco então. Esse grotesco é vivo e apareceu numa discussão dos alunos sobre
a questão do casamento. O diálogo evoluiu muito emocional, em voz alta, como
uma luta de sobreviver.
Casar-se ou não casar-se, isso é a pergunta.
Realmente.
O Pantagruel.
Para mim
é...
...ein
Riesenbaby. Er tut, was er will, ohne zu wissen, was er will. Er bewegt sich
ungelenk, als wäre er nicht Herr über sich selbst. Er denkt nicht nach,
antwortet, um seinen Frieden zu bewahren. Er handelt ohne Bewusstsein über
seinen eigenen Körper.
Tanto estranho esse texto parece a vocês, quanto estranho
parece o Pantagruel a mim. É uma pessoa – disculpa – um gigante que mostra com
o seu comportamento o grotesco ao vivo.
Às vezes ele está grande demais, às vezes pequeno
demais... ruidoso demais, silencioso demais... amavel demais, furioso demais...
Mas sempre nós mostra como somos nós.
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