domingo, 22 de abril de 2012


Protocolo 9+10/04/2012 - Tanja

Hoje nos recebimos o segundo texto do Rabelais: Capitulo IX. De como Panúrgio Se Aconselhou Com Pantagruel, Para Saber Se Deveria Casar-Se.
Dois amigos, que conversam sobre o casamento.
O Panúrgio quer casar-se.
O Panúrgio não quer casar-se.
Como???
O Panúrgio, que não pode decidir-se. Não pode? Não quer, parece.
E Pantagruel? Ele escuta (Escutaiiii!), ele olha (Olha só!), ele espera (Espera-i!), ele responde: Sim Panúrgio. Não Panúrgio.
Casar-se ou não casar-se, isso é a pergunta.
Me lembro duma frase do Bakhtin em “Introduҫão. Apresentaҫão do Problema”. Ele diz: “Uma das tendências fundamentais da imagem grotesca do corpo consiste em exibir dois corpos em um” (p.23). O Panúrgio tem estes dois corpos, duas coraҫões no seu peito. A um lado ele sabe muitos argumentos para casar-se (amor, companhia conjugal, filhos, confianҫa). Ao outro lado ele replica com liberdade, evitar do aborresimento. De novo o grotesco então. Esse grotesco é vivo e apareceu numa discussão dos alunos sobre a questão do casamento. O diálogo evoluiu muito emocional, em voz alta, como uma luta de sobreviver.
Casar-se ou não casar-se, isso é a pergunta. Realmente.

O Pantagruel.
Para mim é...
...ein Riesenbaby. Er tut, was er will, ohne zu wissen, was er will. Er bewegt sich ungelenk, als wäre er nicht Herr über sich selbst. Er denkt nicht nach, antwortet, um seinen Frieden zu bewahren. Er handelt ohne Bewusstsein über seinen eigenen Körper.
Tanto estranho esse texto parece a vocês, quanto estranho parece o Pantagruel a mim. É uma pessoa – disculpa – um gigante que mostra com o seu comportamento o grotesco ao vivo.
Às vezes ele está grande demais, às vezes pequeno demais... ruidoso demais, silencioso demais... amavel demais, furioso demais... Mas sempre nós mostra como somos nós.

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